Um dos fundadores da GamersClub, Yuri "Fly" Uchiyama, assumiu novas funções na Immortals Gaming Group, em setembro do ano passado. Naturalmente, veio o protagonismo de exercer o cargo de diretor de um emblema com um dos maiores legados na modalidade, a MIBR.

A responsabilidade aumentou com o exercício das novas funções. Fly enquanto diretor da Made in Brasil, passou por uma das mudanças mais controversas da comunidade brasileira de CS:GO, quando não renovou com o projeto de Vito "kNgV-" Giuseppe.

Além da equipa masculina de CS:GO, Fly tomou outras decisões que tratou de esclarecer ao nosso portal, como o desempenho da equipa feminina e a reformulação do elenco de Rainbow Six.

Entrevista

Fraglíder: O MIBR contratou a equipa da ex-BOOM sem um dos atletas, felps, que rumou à GODSENT. Como foi o processo de escolha do danoco, uma decisão da direção, dos jogadores ou um misto de ambos?

Fly: Foi uma decisão tomada pelo Apoka e pelos jogadores. Eles já estavam a testar para a própria BOOM, antes da mudança para a MIBR. Eu não interferi nesta escolha, apenas trabalhei no contrato.

Fraglíder: Anteriormente, já foi manifestada a intenção de adicionar um sexto jogador. Esta adição está prevista para curto ou médio prazo?

Fly: Estamos a trabalhar para termos um sexto jogador a curto prazo, mas isso depende muito de vários fatores, principalmente se o jogador está sob contrato e quais são as condições para que ele se junte a nós.



danoco foi o escolhido para colmatar a vaga deixada por felps (Foto: MIBR)

Fraglíder: No vídeo publicado no seu Twitter, entre outras coisas, prometeu transparência da organização, com os adeptos. Esta transparência nos esports ultimamente está ligada, por exemplo, com a divulgação dos valores envolvidos nas transferências e contratos realizados pela Cloud9. Que tipo de transparência é que a MIBR quer passar?

Fly: Queremos estar mais envolvidos com os adeptos, respondendo nas redes sociais, dar entrevistas como esta e partilhar a nossa visão. É díficil para o adepto entender nossas escolhas, se ele não tem as mesmas informações que eu. As pessoas podem discordar das nossas decisões, mas quero que elas, pelo menos, tenham as informações necessárias para entenderem os motivos das nossas decisões.

Fraglíder: Em relação ao projeto que envolve os jogadores contratualmente ligados ao MIBR, kNgV- e trk, já foi contactado por alguma organização, para a contratação de ambos?

Fly: Nós libertamos os jogadores, para que encontrem o melhor para eles e nos tragam soluções. Como eles possuem um projeto, que querem dar continuidade, são eles que estão responsáveis de tratar do seu futuro diretamente com as organizações, que tenham interesse neles.


Sem acordo para renovar para 2021, kNgV- e restante elenco que terminou temporada montaram O PLANO (Foto: MIBR)


Fraglíder: Desde o anúncio do nova lineup, a MIBR está a competir na Europa. Quando tempo planeiam permanecer?

Fly: O centro de treinos da MIBR fica em Los Angeles (EUA), mas tudo vai depender do calendário das competições, que ainda é muito incerto. Queremos participar nos maiores torneios, mesmo com derrotas neste início, pois o nosso objetivo não são as vitórias a curto prazo, mas sim ter uma equipa vencedora. Portanto, por agora, vamos permanecer na Europa até haver mais novidades sobre os próximos eventos.

Fraglíder: No Rainbow Six, a FaZe contratou o quarteto que foi campeão do Brasileirão com o MIBR. A saída dos jogadores foi uma decisão dos mesmos e qual o critério para ir buscar a nova lineup e objetivos para a mesma?

Fly: Os jogadores e a FaZe apresentaram o interesse e trabalhamos em conjunto para que isso fosse possível. A nova equipa de Rainbow Six foi definida pela equipa de gestão da modalidade, Guizão e Guille.


Com a saída de quarteto para a FaZe, MIBR comprou o elenco que pertencia à Team oNe (Foto: MIBR/ reprodução)


Fraglíder: No regresso da divisão feminina à organização, já conquistaram a Grrrls League 2021. Qual a avaliação que faz sobre o elenco feminino e quais são os planos para o mesmo?

Fly: Vemos que o cenário de CS feminino no Brasil está a crescer bastante, em termos de jogadoras, campeonatos e espectadores. A equipa já demonstrou um ótimo resultado em pouco tempo e estou muito feliz pela forma como elas estão a representar o emblema da MIBR. Já se provararam como uma potência, agora é continuarmos a trabalhar para sermos considerados a melhor equipa do Brasil. Se houver algum campeonato internacional nosso interesse é participar, mas também ainda não sabemos muito sobre o calendário internacional.

Fraglíder: Existe a ambição de continuar a expandir a marca do MIBR, além de CS:GO e Rainbow Six? Pessoalmente, qual modalidade gostaria que MIBR marcasse presença?

Fly: Trabalharemos para que a MIBR seja o clube mais amado do Brasil e um dos mais reconhecidos do mundo. Para que isso aconteça precisamos estar em mais modalidades, no entanto,  não temos nehuma modalidade em vista, mas estamos a analisar as possibilidades.


Fraglíder: Na altura em que o cogu se juntou para ajudar a equipa de CS:GO em outubro, o mesmo disse que ofereceram uma posição no VALORANT. Ainda existem planos de colocar isso em prática?

Fly: Naquela época, ele estava a jogar VALORANT, e eu acreditava que fazia sentido o MIBR estar nesta modalidade, podendo tê-lo como coach ou jogador. Mas dada a formalização do cenário e as regras criadas, nós não podemos ter um elenco masculino a representar o MIBR, pois dentro do nosso grupo já existe a Immortals – isso também se aplica para o League of Legends.