O portal da Fraglíder teve recemente a oportunidade de entrevistar Whalen "Magus" Rozelle, Diretor de Esports na equipa global da RIOT Games, produtora de títulos como o League of Legends, Teamfight Tactics e, mais recentemente, o VALORANT.

A primeira abordagem da RIOT aos First Person Shooters como os conhecemos fez surgir o VALORANT, jogo que se encontra na sua fase de BETA fechada e que tem tido bastantes expectativas criada em torno do mesmo na comunidade casual e competitiva.

Com maior foco na vertente de Esports e não tanto no seu processo de criação e desenvolvimento, fomos ao encontro de Magus para tentar saber mais sobre diversos temas competitivos, tais como o marketing em torno do mesmo, os regulamentos em torno de jogadores castigados noutros títulos e se poderemos ver o modelo aberto implementado manter-se na comunidade no que diz respeito a competições.
 


"Continuamos a ser os administradores do Esport e responsáveis por assegurar que existe uma experiência de alta qualidade para os fãs" (Foto por RIOT Games)
Fraglíder: O VALORANT é um FPS competitivo baseado em 5vs5. Nos Esports, os FPS tradicionalmente têm maiores dificuldades em obter o apoio de marcas e patrocínios, tendo o VALORANT tirado notas com a sua entrada ao substituir a "Bomba" com o "Spyke", tornar os lados em Ataque e Defesa bem como ter forçada a opção "SEM SANGUE" na guia para transmissões de eventos. Existem mais esforços a serem desenvolvidos para aumentar o marketing em torno do jogo em geral?

Magus: De forma a fazer o VALORANT crescer para um esport próspero, todos os envolvidos no ecossistema vão ter de suceder; isso incluí os jogadores, fãs, equipas e organizadores de competições por todo o mundo.

Nos momentos que antecederam o lançamento da BETA fechada, tivemos encontros com várias dessas organizações para partilhar a nossa abordagem e ouvir as suas experiências sobre a participação no cenário dos FPS. Nós recebemos reações positivas quase unânimes no que diz respeito à opção "SEM SANGUE".

No entanto, sabemos que será necessário muito mais do que isso – no futuro, grande parte da nossa atenção estará virada para encontrar maneiras de apresentar o VALORANT de uma forma que torne a experiência de visualização muito mais perceptível para grandes audiências, para que tanto os jogadores mais dedicados e os espetadores mais casuais possam disfrutar da experiência e escolher gastar o seu tempo com os esports do VALORANT.

Fraglíder: Com a sua popularidade, o VALORANT está a atrair muitos jogadores profissionais de outros títulos que querem seguir uma nova carreira. Alguns deles possuem passados menos favoráveis com bans, uso de cheats e viciação de resultados por exemplo. Existem planos da RIOT em vigor para dar resposta a futuros casos que surjam na comunidade? Os jogadores castigados noutros FPS poderão ter o "novo" começo que tanto ambicionam?

Magus: Nos possuímos uma equipa de operações de liga experiente que está a construir uma lista compreensiva de diretrizes e políticas para que todos os aspirantes a jogador profissional de VALORANT percebam as regras e saibam que castigos estão associados ao infringir essas regras.

Alex Francois, o nosso Chefe de Operações Competitivas para o VALORANT Esports juntou-se a nós proveniente da NFL onde teve de lidar com várias responsabilidades, incluíndo a disciplina de jogadores e o regulamento.

Sem a nossa equipa mais ampla de Esports globais na RIOT, nós podemos esboçar sobre os anos de experiência que possuímos com a disciplina de jogadores no League of Legends. A integridade competitiva é um dos nossos princípios fundamentais nos Esports e nós vamos estar vigilantes para assegurar que os profissionais jogam de acordo com as regras no VALORANT.
 


O VALORANT Esports conta na sua equipa com elementos como Alex Francois com experiências passadas na NFL. 
Fraglíder: Nas Diretrizes da Comunidade, definiram um mercado aberto para os organizadores fazerem uso do VALORANT num ambiente competitivo. O League of Legends tem as suas ligas maiores ligadas à RIOT Games e parceiros regionais com licenças para operar num determinado país. Podemos esperar esse tipo de transição futuramente ou acreditam que um mercado aberto beneficia mais o género FPS juntamente com os eventos futuros produzidos pela RIOT?

Magus: Neste momento estamos concentrados em estabelecer uma fundação de Esports forte para o VALORANT através de torneios organizados por terceiros e autorizados pela RIOT. Estamos a abranger a comunidade à medida que crescemos, mas continuamos a ser os administradores do Esport e responsáveis por assegurar que existe uma experiência de alta qualidade para os fãs.

Estamos abertos para vários caminhos diferentes em que os Esports de VALORANT possam crescer no futuro – queremos construir um sistema que é único e específico para o VALORANT, e isso vai demorar o seu tempo.

Fraglíder: Com lançamento agendado para o Verão de 2020, podemos ver o VALORANT implementar eventualmente um sistema de picks e bans para matchmaking competitivo, semelhante ao que temos presente no League of Legends e outros FPS competitivos?

Magus: Uma das vantagens em construir um Esport de raíz é que tudo é uma possibilidade. Esperamos que os torneios organizados por terceiros aproveitem esta oportunidade para fazer experiências com uma diversidade de formatos, com a comunidade a ter também a hipótese de partilhar aqueles de que mais gosta.